Tecnologias a favor dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Este assunto me chamou a atenção quando preparávamos o painel “TRENDS NEWS TALKS – O Impacto da Tecnologia no Futuro das Pessoas, Empresas e Cidades“, com meu amigo Renato Grau como moderador, Janaína Tanure, Felipe Carvalho, e eu como cohosts – ao Congresso Pacto pelo Brasil, um evento dedicado a discutir questões relevantes para o desenvolvimento do nosso país.

Introdução

Um novo relatório[1] chocante revela que entre cerca de 140 metas de ODS avaliadas apenas 12% das empresas estão alcançando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU propostos para até 2030, destaca a necessidade de um esforço coletivo para enfrentar os desafios sociais e ambientais e alguns fatores como falta de comprometimento, recursos limitados e falta de integração como obstáculos para o progresso.

O relatório sugere às empresas que adotem práticas sustentáveis podem criar valor a longo prazo e ganhar a confiança dos consumidores, pois ações concretas, parcerias estratégicas e transparência são fundamentais para impulsionar o progresso rumo aos ODS.

O papel da inteligência artificial na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Conforme um estudo recente apresentado no artigo[2] da Nature, o surgimento da inteligência artificial (IA) e seu impacto cada vez mais amplo em muitos setores requer uma avaliação de seu efeito na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Usando um processo de elicitação de especialistas baseado em consenso, os autores descobriram que a IA pode permitir a realização de 134 metas dos 17 ODS, mas também pode inibir 59 metas. O artigo diz que o rápido desenvolvimento da IA precisa ser apoiado pela necessária visão regulatória e supervisão das tecnologias baseadas em IA para permitir o desenvolvimento sustentável. Não fazer isso pode resultar em lacunas nos padrões de transparência, segurança e ética.

O diagrama que segue mostra como resultado da pesquisa mencionada no artigo um resumo do impacto positivo e negativo da IA nos vários ODS.

Usando o ChatGPT[3] ao organizar o evento e relacionar tecnologias com ODS

Mesmo tratando-se de um time de especialistas conhecedores de tecnologias em geral, inteligência artificial e sobre desenvolvimento sustentável, decidimos utilizar a IA como mais um colaborador do time para contribuir com insights adicionais referentes a estruturação do conteúdo do painel e sobre a relação entre Tecnologias e ODS.

A seguir, preparamos alguns Prompts para submeter ao ChatGPT e obter dele alguns conteúdos como resposta, para nossa leitura, reflexão e análise, vendo o que fazia sentido e o que poderia ser aproveitado para nosso trabalho.

Segue abaixo, quatro dos Prompts que utilizamos para obter a contribuição da IA em nosso planejamento, e que estou compartilhando, pois sei que possivelmente podem ser úteis a líderes, gestores e outros profissionais para pensar um pouco mais sobre como utilizar as tecnologias para os ODS.

Prompt: O que eu poderia considerar para o tema: “O impacto das tecnologias na vida das pessoas, empresas e cidades”

Resposta do ChatGPT:

Ao abordar o tema “O impacto das tecnologias na vida das pessoas, empresas e cidades”, você pode considerar os seguintes pontos:

  1. Transformação Digital: Explique como as tecnologias têm impulsionado uma transformação digital em diversos setores, como comércio, saúde, educação, entre outros. Destaque como a adoção de tecnologias tem impactado a forma como as pessoas vivem, trabalham e interagem.
  2. Acesso à Informação: Discuta como as tecnologias, como a internet e os dispositivos móveis, têm facilitado o acesso à informação. Aborde como isso influencia a maneira como as pessoas se informam, aprendem e se comunicam, bem como as mudanças na forma como as empresas se relacionam com os clientes.
  3. Mudanças nos Negócios: Analise como as tecnologias têm afetado os modelos de negócios e a forma como as empresas operam. Aborde temas como automação, inteligência artificial, análise de dados e computação em nuvem, destacando os benefícios e desafios enfrentados pelas empresas nessa era digital.
  4. Impacto nas Cidades: Explore como as tecnologias têm influenciado o desenvolvimento urbano e a criação de cidades inteligentes. Discuta exemplos de tecnologias utilizadas para melhorar a infraestrutura, o transporte, a segurança e a qualidade de vida nas cidades.
  5. Desafios e Oportunidades: Discuta os desafios éticos, sociais e de privacidade decorrentes do avanço tecnológico. Aborde a necessidade de regulamentação adequada, a inclusão digital e o equilíbrio entre a automação e a preservação de empregos. Destaque também as oportunidades que as tecnologias oferecem para resolver problemas globais, como as mudanças climáticas e a desigualdade.
  6. Educação e Habilidades: Aborde como as tecnologias têm impactado a educação e as habilidades necessárias para o mercado de trabalho atual e futuro. Discuta a importância da alfabetização digital e o desenvolvimento de habilidades tecnológicas para garantir a empregabilidade e a participação plena na sociedade digital.
  7. Aspectos Sociais e Culturais: Considere o impacto das tecnologias nas relações sociais, nas dinâmicas familiares e nas interações comunitárias. Discuta também como as tecnologias têm influenciado as expressões culturais, a criatividade e o acesso à cultura.

Esses pontos fornecem uma base para explorar o impacto das tecnologias na vida das pessoas, empresas e cidades. É importante abordar tanto os benefícios quanto os desafios e considerar diferentes perspectivas ao discutir esse tema.

Prompt: Poderia me fornecer uma relação de casos de tecnologias incluindo a inteligência artificial que estão sendo utilizadas nos objetivos de desenvolvimento sustentável?

Resposta do ChatGPT:

Certamente! Aqui está uma lista concisa de casos de tecnologias, incluindo inteligência artificial (IA), que estão sendo usadas para apoiar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):

  1. Energias Renováveis: A IA é usada para otimizar o uso de energia renovável, melhorando a previsão de produção de energia eólica e solar, aumentando a eficiência energética e facilitando a integração de fontes renováveis na rede elétrica.
  2. Agricultura Sustentável: A IA é aplicada na agricultura de precisão, auxiliando no monitoramento de safras, otimização do uso de fertilizantes e pesticidas, previsão de colheitas e no desenvolvimento de sistemas de irrigação inteligentes.
  3. Gerenciamento de Recursos Hídricos: A IA é usada para analisar dados de sensores e modelos climáticos, permitindo a previsão e a gestão mais eficientes do uso da água, a detecção de vazamentos e a melhoria da distribuição de água potável.
  4. Cidades Inteligentes: A IA é aplicada no planejamento urbano sustentável, na gestão de tráfego e transporte, no monitoramento da qualidade do ar e da água, na gestão de resíduos e no uso eficiente de recursos em áreas urbanas.
  5. Saúde e Bem-Estar: A IA é usada para diagnóstico médico mais preciso e rápido, triagem de doenças, análise de imagens médicas, descoberta de medicamentos e personalização de tratamentos, contribuindo para a melhoria dos cuidados de saúde.
  6. Conservação Ambiental: A IA é aplicada no monitoramento e preservação de ecossistemas, auxiliando na identificação de espécies ameaçadas, na detecção de desmatamento e na prevenção da caça ilegal.
  7. Acesso à Educação: A IA é utilizada para fornecer educação personalizada, adaptando o conteúdo e o ritmo de aprendizado às necessidades individuais, além de oferecer soluções de aprendizado remoto e acessível.
  8. Combate à Pobreza: A IA é aplicada na análise de dados socioeconômicos para identificar populações em risco, melhorar programas de assistência social, prever crises econômicas e desenvolver estratégias de inclusão financeira.

Esses são apenas alguns exemplos de como a IA e outras tecnologias estão sendo usadas para apoiar os ODS. O campo está em constante evolução, com novas soluções sendo desenvolvidas para enfrentar os desafios de sustentabilidade.

Prompt: Me relacione as principais tecnologias com os objetivos de desenvolvimento sustentável

Resposta do ChatGPT:

Certamente! Aqui estão algumas das principais tecnologias relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):

  1. Energias renováveis: Contribuem para o ODS 7 (Energia Limpa e Acessível) ao promover fontes de energia sustentáveis, como energia solar, eólica, hidrelétrica e biomassa.
  2. Internet das Coisas (IoT – Internet of Things): Pode ser aplicada ao ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura) ao melhorar a eficiência energética, monitorar o uso de recursos naturais e otimizar processos industriais.
  3. Veículos elétricos: Ajudam a alcançar o ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis) ao reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a qualidade do ar nas áreas urbanas.
  4. Agricultura de precisão: Contribui para o ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) ao otimizar o uso de recursos agrícolas, reduzir o desperdício e aumentar a produtividade agrícola de forma sustentável.
  5. Tecnologias de tratamento de água: São relevantes para o ODS 6 (Água Potável e Saneamento) ao fornecer soluções para purificação de água, dessalinização e tratamento de efluentes.
  6. Blockchain: Pode ser aplicado ao ODS 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes) ao aumentar a transparência e a confiança em processos de governança, combater a corrupção e garantir a rastreabilidade em cadeias de suprimento.
  7. Inteligência Artificial (IA): Contribui para vários ODS, como o ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), ao melhorar diagnósticos médicos e desenvolver tratamentos personalizados, e o ODS 4 (Educação de Qualidade), ao fornecer soluções educacionais inovadoras.
  8. Tecnologias de reciclagem: São relevantes para o ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis) ao promover a economia circular, reduzir resíduos e incentivar a recuperação de materiais valiosos.

Essas são apenas algumas das tecnologias que podem contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Existem muitas outras soluções inovadoras em desenvolvimento que têm o potencial de promover um futuro mais sustentável.

Prompt: Agora me relacione os objetivos de desenvolvimento sustentável com as tecnologias pertinentes

Resposta do ChatGPT:

Certamente! Aqui estão alguns exemplos de como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão relacionados a tecnologias pertinentes:

  1. ODS 7 – Energia Limpa e Acessível: Energias renováveis, como solar, eólica, hidrelétrica e biomassa, são tecnologias relevantes para alcançar este objetivo, proporcionando fontes de energia limpa e acessível.
  2. ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura: A tecnologia da Internet das Coisas (IoT) desempenha um papel importante, permitindo a conectividade e o monitoramento inteligente de processos industriais, além de melhorar a eficiência energética e o uso de recursos.
  3. ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis: Tecnologias como veículos elétricos, sistemas de transporte inteligente, infraestrutura verde e planejamento urbano sustentável contribuem para criar cidades mais sustentáveis e resilientes.
  4. ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis: Tecnologias de reciclagem, rastreabilidade de produtos, impressão 3D e produção sustentável são relevantes para promover padrões de consumo e produção mais sustentáveis.
  5. ODS 13 – Ação contra a Mudança Global do Clima: Tecnologias de energia renovável, armazenamento de energia, captura e armazenamento de carbono, bem como soluções de eficiência energética, são cruciais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar a mudança climática.
  6. ODS 14 – Vida na Água e ODS 15 – Vida Terrestre: Tecnologias de monitoramento ambiental, como sensores remotos, drones e análise de big data, são utilizadas para proteger ecossistemas aquáticos e terrestres, bem como para combater a pesca ilegal e a perda de biodiversidade.
  7. ODS 6 – Água Potável e Saneamento: Tecnologias de tratamento de água, como sistemas de filtragem avançados, dessalinização e saneamento sustentável, são fundamentais para garantir acesso à água potável e saneamento básico para todos.
  8. ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes: A tecnologia blockchain pode ser aplicada para melhorar a transparência, a prestação de contas e a segurança de registros, contribuindo para a construção de instituições eficazes e combate à corrupção.

Esses são apenas alguns exemplos de como as tecnologias podem ser relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. É importante lembrar que o uso e o desenvolvimento de tecnologias devem ser acompanhados por abordagens éticas e políticas para garantir que beneficiem a sociedade como um todo e promovam o desenvolvimento sustentável.

Considerações Finais

Depois do planejamento, pelo menos mais um dia de pesquisa de casos de uso prático de tecnologias para os ODS e elaboração do conteúdo a ser apresentado e conversado no painel.

Acreditamos que você e sua empresa podem efetivamente contribuir com os ODS, a começar buscando informações disponíveis em artigos e relatórios e casos práticos de empresas, bem como observando as relações entre as tecnologias e os ODS e a relação entre os ODS e as tecnologias apresentados nos dois últimos Prompts apresentados neste post.

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Abraços, @neigrando

Referências

[1] Only 12% of the UN Sustainable Development Goal targets are on track (Yahoo! Finance – April 28, 2023)

[2] Vinuesa, R., Azizpour, H., Leite, I. et al. The role of artificial intelligence in achieving the Sustainable Development GoalsNat Commun 11, 233 (2020). https://doi.org/10.1038/s41467-019-14108-y

[3] ChatGPT da OpenAI

Veja o vídeo do painel TRENDS NEWS TALKS – em: O impacto  da Tecnologia no Futuro das Pessoas, Empresas e Cidades

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ESG, Tendência ou mais do mesmo?

“Meu objetivo principal aqui é muni-los de informação e não apenas opinião a respeito do tema. A conclusão cabe a você.”

Ultimamente temos ouvido e lido nas midias sociais muita opinião sobre ESG, inclusive com severas criticas negativas e pouco apoio construtivo para esta agenda e caminho comportamental das organizações e demais instituições.

Assim, resolvi compartilhar alguns pontos sobre o tema a partir de anotações de uma palestra que ministrei no início do ano passado. O texto está bem resumido, porém acredito que passará a essência das informações sobre o tema.

Introdução

Não sou defensor de ideias ou modismos, mas sim de práticas de valor que gerem transformação na direção de um planeta e uma a sociedade melhor para todos.

Assim, procuro incentivar quaisquer movimentos que busquem tais melhorias, seja nos conceitos da Nova Economia que engloba a economia Compartilhada, economia Colaborativa, economia Multivalores, economia Circular, economia Digital, …, movimentos como os de um Capitalismo Consciente, Empresas B, Sustentabilidade e agora ESG.

Não devemos esperar algo perfeito como num projeto com início e fim, mas como em um processo de melhoria contínua para todos. ESG é apenas parte disso tudo, principalmente pelos princípios e valores que devem ser seguidos pelas organizações que os praticam.

Existem critérios sérios para que uma empresa atinja um bom nível de qualificação na B3 assim como em outras bolsas mundiais, que demonstram a qualidade com que tratam dos valores ambientais, sociais e de governança na prática. Além disso há demonstrações de que elas acabam ao final gerando melhores resultados financeiros. É isso que atrai investidores aos fundos ESG e a negociação de ações.

Não é modismo, ESG existe há 18 anos, só no Brasil que é novidade, pela adoção recente (2019) em bolsa de valores.

Não se trata de apenas um nome, mas sim de uma nova visão e forma de tratar os intangíveis da sustentabilidade (social e ambiental) com governança apropriada (algo qualitativo via indicadores), o que é diferencial da visão anterior que incluía a sustentabilidade financeira que é tangível e que a contabilidade trata de forma quantitativa (com números).

Sim, sempre existiram os espertalhões especuladores, mas isso não descaracteriza o valor ESG.

ESG não é mais do mesmo, pois é uma evolução que atingirá todas as empresas.

Começarei falando das MEGATENDÊNCIAS que conduzem as tendências tecnológicas, econômicas e sociais, e que por consequência afetam mercados financeiros.

A evolução humana, num mundo capitalista está diretamente ligada aos negócios que afetam a economia e a qualidade de vida.

ESG trata de vida, ambiental e social, governada com princípios e valores humanos.

Pelo menos as empresas de valor, estão tentando fazer o seu papel numa sociedade que vive o caos da complexa e aceleração, e injustiças consequentes pela má governança e gestão. Hoje falam do agronegócio, que no Brasil é de latifúndios voltados à exportação para sustentar o mundo, enquanto ainda temos tantos passando fome aqui mesmo. Precisamos fazer alguma coisa e movimentos como dos das Empresas B, Capitalismo Consciente e ESG trazem princípios e valores, que se respeitados e bem trabalhados podem fazer toda a diferença.

Megatendências e o Contexto Atual

Megatendências vêm mudando a forma como vivemos há séculos. São forças poderosas e transformadoras que podem mudar a economia, os negócios e a sociedade global.

Pense em eletricidade, automóvel, Internet.

1. Mudanças climáticas e escassez de recursos

Quebra de safra, inundações generalizadas, habitats destruídos e escassez de energia
Se as previsões estiverem corretas, em 2100 a temperatura média da superfície do planeta terá aumentado em 5.8 C desde o final do século 19, e os recursos do planeta se tornarão cada vez mais escassos. Fonte: ipcc.ch

2. Demografia e mudança social

Escassez de mão de obra, demanda por saúde e mudanças nas demandas dos consumidores
A população global pode aumentar em mais de 1 Bilhão em 2030 e em 2050, um terço da população de 55 países terá mais de 60 anos. Fonte: un.org

3. Avanço Tecnológico

As máquinas aprenderão mais rápido do que os humanos e os dados pessoais serão uma mercadoria valiosa
Quase dois terços de todas as ocupações (60%) poderão ver um terço ou mais de suas atividades constituintes automatizadas. Fonte: mckinsey.com

4. Urbanização Rápida

Espaço e acomodação se tornarão mais um problema nas grandes cidades.
Dois terços da população mundial viverão em áreas urbanas em 2050 (66%).
Em 1950, apenas 30% viviam em áreas urbanas.
Fonte: Hing, E, Hsiao, C. Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.

5. Mudança de poder econômico

A China se tornará a nova superpotência, a população da Ásia está crescendo rapidamente, mudando a demografia global
A China pode se tornar a nova superpotência mundial em 2030 e junto com a Índia rivalizando com os EUA em 2050. Fonte: FMI para estimativas de 2016, análise PWC para projetos até 2050.

ESG – Environmental, Social & corporate Governance

ESG - Environment, Social, Governance

ESG – Acrônimo em inglês para Environmental, Social e corporate Governance, ou seja, amplamente utilizado no mundo dos investimentos para se referir a aspectos não financeiros da gestão empresarial

As 5 principais organizações que são líderes no desenvolvimento e padronização de frameworks e standards relacionados aos aspectos ESG — CDP, CDSB, GRI, IIRC e SASB — uniram forças.

O ESG ganhou muita força nos últimos anos e tem origem em dois movimentos separados, que se convergem cada vez mais.

O primeiro é o accountability. Cada vez mais, as pessoas estão interessadas em conhecer o impacto que as empresas têm sobre seus colaboradores, clientes, suas comunidades e sobre o meio ambiente. Portanto, continuamente tentamos quantificar estas estruturas em métricas, as quais agora possuem novas categorias como o social, o ambiental e os aspectos da governança.

De outro lado, temos o movimento do business valuation com o argumento de que as métricas que o mercado tem hoje não conseguem capturar todo o desempenho e valor da empresa, pois não conseguem capturar aspectos intangíveis, tais como capital intelectual, social e humano do negócio. As métricas de ESG podem indicar como mensurar este capital.

Origem do termo ESG

  • Há pelo menos 50 anos, já existia a preocupação com investimento em negócios sustentáveis.
  • Na metade da década de 1970, surgiu a sigla SRI, que, em uma tradução para o português, quer dizer investimento sustentável responsável.
  • A partir dessa época, fatores sociais passaram a contar cada vez mais na hora de escolher qual corporação merecia receber aporte financeiro de investidores.
  • Empresas que apoiavam a política do apartheid na África do Sul ou financiavam a Guerra do Vietnã, por exemplo, passaram a ter seus pedidos de investimento negados em razão das causas que defendiam.
  • Aos poucos, essas preocupações foram se expandindo, focando também nos impactos ambientais, entre outros critérios de responsabilidade corporativa das organizações.
  • A sigla ESG, no entanto, só foi aparecer de fato no presente século, mais precisamente em 2005, com o relatório “Who cares wins” (“Ganha quem se importa”), redigido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
  • A iniciativa reuniu 20 instituições financeiras de diferentes países, inclusive o Brasil, para definir diretrizes a respeito da inclusão de temas ambientais, sociais e de governança no gerenciamento de fundos e pesquisas com relação a esses assuntos.
  • Decidiu-se então que a inclusão dessas avaliações no mercado financeiro era benéfica não apenas para as empresas e os investidores, mas também para a sociedade como um todo.

Fonte: FIA

Alguns Números

Segundo relatório da PwC, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões, em relação a 15,1% no fim do ano anterior. Além disso, 77% dos investidores institucionais pesquisados pela PwC disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos. [uma forma consciente de investir]

No Brasil, fundos ESG captaram R$ 2,5 bilhões em 2020. Este levantamento foi feito pela Morningstar e pela Capital Reset. Levantamento anual feito pela Deloitte e pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), em 2021, mostrou que 74% das empresas com ações em Bolsa planejam aumentar o orçamento destinado a ESG em 2022.

ESG na B3

Como parte de sua estratégia de ampliação do portfólio de índices ESG, a B3 lançou, em setembro de 2020, em parceria com a S&P Dow Jones, índice S&P/B3 Brasil ESG, que utiliza critérios baseados em práticas ambientais, sociais e de governança para selecionar empresas brasileiras para sua carteira. Entre os critérios está a aderência aos Dez Princípios do Pacto Global na área de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção. Neste sentido, além dos Dez Princípios do Pacto Global, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável servem de guias para que as empresas analisem se suas práticas ESG estão alinhadas aos padrões internacionais e referência.

ESG na Blackrock

A maior gestora da ativos do mundo, a BlackRock, com mais de US$ 6 trilhões em carteira, passou a incluir em 2020 métricas ESG, transversalmente, em todas as suas análises de riscos.

Conheça os princípios do Pacto Global

Direitos humanos

1. empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente.

2. Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos.

Trabalho

3. As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva.

4. A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório.

5. A abolição efetiva do trabalho infantil.

6. Eliminar a discriminação no emprego.

Meio ambiente

7. As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais.

8. Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental.

9. Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis.

Anticorrupção

10. As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.

Indicadores do Guia para Empresas Listadas na B3

Clique nas imagens abaixo para pode-las visualizá-las melhor.

Indicadores Ambientais

Indicadores Sociais

Indicadores de Governança Corporativa

Considerações finais

Ultimamente temos ouvido muito falar em empresas que fazem o que chamamos de Greenwashing, ou seja, maquiagem marketeira para se mostrar ao mercado e aos clientes como sendo uma empresa exemplar, por cuidar dos interessados (stakeholders) na atuação de sua companhia e não só dos investidores (shareholders), preocupando-se e atuando nos aspectos ambientais, sociais, de governança corporativa, etc. Mas nem todas são assim, temos muitas empresas sérias e como vimos a própria B3 usa de critérios via indicadores para avaliar as empresas listadas como ESG em seu portfolio.

Queremos sim, que além de grandes empresas, empresas médias e pequenas utilizem critérios e indicadores ESG e sejam orientadas pelos objetivos de desenvolvimento sustentável. Chega de Greenwhashing, chega de maquiagem.

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Estratégias Sustentáveis de Mídia Social para Bancos de Varejo e Corporativos

Para o uso sustentável dos meios de comunicação social, tem que ser trabalhado uma relação lógica a ser estabelecida entre as avenidas (mídia social), as aplicações (wikis, RSS feeds, blogs, micro-blogs e outros) e do modelo de negócio (fases de decisão de compra). Uma abordagem possível para alavancar as aplicações de forma que complementem as capacidades e as características do cliente bancário.

Como a adoção de mídias sociais está crescendo astronomicamente, ela está claramente se tornando o canal escolhido pela indústria para aumentar a participação da nova geração de clientes. É provável que o setor bancário seja a fronteira na adoção de tecnologias de próxima geração, incluindo os processos de negócios em redes sociais.

O setor bancário tem duas classificações importantes com base no tipo de cliente: banco de varejo e banco corporativo. Como a mídia social tem se tornado heterogênea, com foco em vários segmentos de clientes, é um imperativo estratégico entender como ela pode ser utilizada para obter o máximo benefício para os bancos de varejo e corporativos.

Esta característica de duas partes olha para algumas ofertas de produtos / serviços no mercado que são direcionados para estes grupos de clientes e aplica o modelo genérico de decisão por fases de compra para eles.

Para cada fase, as diferentes características da Mídia Social que podem ser aproveitadas serão destacadas e em seguida, um uso relativo do recurso para ambos os tipos de clientes (varejo e corporativo) será deduzido com base em fatores como diferenças de produtos / serviços e atributos de comportamento dos consumidores.


Espaço para melhorias

A mídia social está, definitivamente, fazendo incursões pelos corredores das instituições financeiras. Muitos dos grandes bancos já estão fazendo sentir a sua presença nas plataformas sociais como Facebook, Twitter e YouTube.

Com base em um olhar mais atento sobre as conversas, artigos e depoimentos que os bancos estão fazendo através destes canais, a mídia social pode ser melhor descrita como mais um canal através do qual a informação pode ser partilhada de forma bidirecional.

Há alguns grandes bancos que estão realmente aproveitando os canais da melhor maneira possível, mas ainda há muito espaço para alavancagem de meios de comunicação social de uma forma mais sustentável.

O ajuste correto

Quando a questão diz respeito a como moldar novos caminhos em um processo “As-Is” da organização, uma boa abordagem é testá-los em modelos de negócios existentes. Aqui, o ajuste do modelo vai depender da aplicação das avenidas.

Por exemplo, a tecnologia (avenida) trouxe instalação de ATMs (aplicação) no domínio financeiro com operações  banco-cliente sendo o modelo de negócio.

Da mesma forma, o caminho a seguir para o funcionamento sustentável da mídia social é identificar onde suas aplicações se encaixam em modelos de negócios existentes. Se olharmos  para os modelos de marketing popular, as fases de decisão de compra no comportamento do consumidor tiveram muita aplicabilidade em cenários práticos. No entanto, como indústrias diferentes são regidas por inumeráveis ​​fatores, os modelos mais relevantes devem ter sido postos em ação com o modelo original que lhes estão subjacentes.

O tradicional 4P’s / 7P de marketing têm sido aplicados em vários estágios de decisão de compra. A mídia social pode ser vista como um novo canal de comunicação, cumprindo assim seu ‘Lugar’ no marketing. Assim, podemos ver uma forma já estabelecida de mídia social nos estágios de decisão de compra. Além disso, a mídia social tem um alcance que vai ser destaque neste artigo conforme explorarmos as diferentes etapas de decisão de compra.

Casando capacidades com clientes

Tendo em conta o uso atual dos meios de comunicação social por parte dos bancos e outras instituições financeiras, outro aspecto a analisar é a heterogeneidade de aplicações de mídia social. Cada uma tem capacidades diferentes. Da mesma forma, a heterogeneidade é também muito clara na área financeira, por exemplo, no banco de varejo e no corporativo.

Enquanto os de varejo focam no consumidor os corporativas focam nos grupos de negócio. Mesmo em banco corporativo, no entanto, produtos personalizados de varejo são por vezes alvo para uma empresa como benefícios para seus funcionários. Esta é uma sobreposição, mas mapeia muito bem com bancos corporativos porque exige vender ao nível do grupo empresarial.

Assim, para o uso sustentável dos meios de comunicação social, tendo uma relação lógica estabelecida entre as avenidas (mídia social), as aplicações (wikis, RSS feeds, blogs, micro-blogs e outros) e o modelo de negócio (fases de decisão de compra), um bom trabalho tem que ser desenvolvido. Uma abordagem pode ser alavancar as aplicações de uma forma que complemente as capacidades de tratamento do cliente bancário.

Banco de varejo e corporativo – clientes e produtos associados

Vejamos dois produtos oferecidos pelo hipotético Banco ABC – um cartão de crédito como banco de varejo e um cartão de crédito corporativo para as empresas fornecerem aos seus empregados. Esse cenário é adequado porque há uma linha muito fina entre as duas ofertas.

Os usuários finais dos dois produtos são indivíduos; mas o que torna os usuários finais diferentes é que no primeiro caso o usuário final tem um papel chave a desempenhar no ciclo de decisão de compra, enquanto no segundo, não há muito nas mãos do usuário, pois o cartão é fornecido pelo empregador.

Fase 1: Necessidade de Reconhecimento e Conscientização do Problema

A primeira fase refere à forma como o cliente identifica uma necessidade em potencial que não está sendo cumprida por qualquer das soluções disponíveis no mercado.

Um bom comerciante tem que ser pró-ativo e influente na criação de uma necessidade na mente do cliente. A mídia social fornece aplicativos que podem ser usados ​​para chegar aos clientes.

Clientes de bancos corporativos derivam suas necessidades do amálgama de vários pontos: previsões de viagens, relações com fornecedores existentes, orçamentos aprovados e assim por diante. Aqui, as instituições financeiras podem utilizar as aplicações de mídia social como comunidades de produtos corporativos ou seminários virtuais para apresentar suas ofertas ao grupos em foco. Esses aplicativos fornecem recursos que podem ser facilmente modelados em suas contrapartes.

Para os clientes de varejo, as instituições financeiras devem chegar a eles através com uma variedade de canais.  Ferramentas online de marketing e publicidade já estão disponíveis há algum tempo, agora, a mesma atenção deve ser focada nas plataformas de mídia social. A análise de várias plataformas de mídia social pode ajudar na segmentação eficaz de produtos e serviços financeiros.

Fase 2: Pesquisa de Informação

A segunda fase lida com os clientes que olham para a informação correta, a fim de escolher possíveis alternativas.

Clientes de bancos corporativos podem procurar referências nas principais publicações financeiras e em estudos de caso. Um cliente de varejo estaria mais interessado em visitar sites bancários e buscar referências (boca-a-boca) de outros clientes.

Considerando-se as referências utilizadas por ambos, a mídia social têm aplicações que podem ser usadas para divulgar informações para ambas as partes.Uma rede social pública como o Facebook oferece uma plataforma ideal para interagir com clientes de varejo. Além disso, as comunidades dedicadas de banco de varejo podem ser usadas para referências boca-a-boca.

Para empresas, a melhor forma seria a de fornecer um widget nos principais fóruns financeiros através dos quais a empresa pode dar uma breve informação sobre si mesmo e solicitar estudos de caso e material relacionado.

Fase 3: Avaliação das Alternativas

A terceira etapa é decisiva para ambas as partes, já que é neste momento que uma organização é diferenciada das demais. As alternativas foram filtradas após a busca de informações, daí ambas as partes, nesta fase, compararão os fatores tangíveis mais do que qualquer outra coisa.

No cenário corporativo, essa fase é regida principalmente pela discussão das cláusulas contratuais, e que melhores termos podem ser fornecidos pela instituição financeira. Nesta fase, um encontro físico é mais ou menos necessário, com isso, a mídia social irá funcionar menos como um canal de comunicação externo do que como um canal de colaboração.

O representante da instituição financeira pode utilizar um aplicativo em um dispositivo móvel que vai permitir a assistência em tempo real da equipe do escritório para prover as melhores ofertas e respostas para o cliente.

No cenário de varejo, esta etapa será uma extensão das atividades anteriores. Agora o foco no cliente, se deslocará para obter respostas específicas sobre períodos sem juros, taxas anuais e assim por diante. Uma comparação imparcial é o que os clientes estão procurando, daí, a influência do instituição financeira é muito insignificante.

Ainda assim, a fim de garantir que o cliente está ganho, a mídia social pode ser utilizada pela organização como uma ferramenta de engajamento. Widgets podem ser de valor, permitindo que os clientes introduzam as suas escolhas preferenciais. Com base nesses resultados, ofertas personalizadas podem ser exibidas.

Fase 4: Compra

Uma organização pode dar um suspiro de alívio se ela é capaz de obter um cliente nesta fase. No entanto, esta é a fase onde começa o verdadeiro trabalho. O cliente tem um conjunto de expectativas derivadas a partir dos pontos em que a sua organização fez a melhor venda, mas agora é o momento de mostrar que essas expectativas não só serão cumpridas, mas superadas.

Os clientes são muito receptivos ao iniciar um novo relacionamento, e é aí que a mídia social deve ser aproveitada para ajudar a criar uma base sólida para a confiança do cliente.

Ambas as partes vão adorar o atendimento personalizado. A instituição financeira precisa fazer a sua experiência livre de problemas. A atividade mais demorada de todo o ciclo de compras é o processo KYC (Know Your Customer), conheça seu cliente. A natureza sensível deste exercício descarta definitivamente a automação completa, mas a mídia social também aqui pode ser utilizada para novos pontos de levantamento de dados.

Para um cliente corporativo, relatórios sobre a saúde da marca podem ser obtidos usando as ferramentas de análise social. A instituição financeira pode começar a conhecer a percepção da comunidade e a percepção dos funcionários verificando vários fóruns de influencia onde a empresa está sendo comentada.

Da mesma forma, no caso de clientes de varejo, a instituição financeira pode usar o perfil social de uma pessoa no LinkedIn, Facebook e outros sites para identificar a influência e outras características sociais.

Fase 5: Avaliação pós-compra

O foco principal nesta fase são as atividades de atendimento e retenção do cliente. Uma vez que os clientes realmente começam a utilizar um produto, problemas de serviço podem ser esperados em graus variados. Por isso, é vital para a organização estar facilmente acessível. Aplicações de mídia social como o Twitter podem ser usadas como canais de serviço oficial.

Ao usar as ferramentas de mídia social como canais de atendimento, uma organização pode também conseguir economia de custos reais – considerando que a maioria dos usuários de varejo são viciados em um desses canais – o que diminui o tempo de adoção e a curva de aprendizagem.

A representação aqui fala claramente sobre o âmbito dos meios de comunicação social como uma avenida. Para chegar a esse nível, no entanto, será necessário uma estratégia clara em termos de abordagem, concepção, execução e objetivos.

Este artigo destaca o uso prático de aplicações de mídia social em todo o ciclo de compra para clientes corporativos e de varejo. O primeiro passo nessa direção é se familiarizar com a mídia social e, em seguida, ligar o canal com os processos de CRM.

Pode haver desafios ao integrar os canais de mídia social com o sistema atual de CRM. No entanto, dada a forma como o mercado está se moldando, fornecedores de CRM e consultoria de provedores e integradores de solução estarão prontos para facilitar o caminho para a gestão social de relacionamento com clientes.

Artigo original (em inglês): Sustainable Social Media Strategies for Retail and Corporate Banking

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