A exploração bem-sucedida de novas ideias

Em poucas palavras, esta é uma breve viagem partindo do conceito de inovação, para inovação aberta, novas formas organizacionais, economia em rede, ecossistema de inovação e as necessidades novas e distintas em gestão da inovação.

A inovação tem sido cada vez mais reconhecida como o principal pilar de competitividade das empresas, bem como de regiões ou mesmo de países inteiros.

Podemos definir inovação como a exploração bem-sucedida de novas ideias, que geralmente incluem novas tecnologias associadas a novos produtos ou serviços, processos de produção significativamente aprimorados e / ou modelos de negócios superiores.

Notavelmente a partir da década de 2000, o conceito de Inovação Aberta, trouxe a ideia de que a inovação poderia ser concebida por meio de um processo de fronteira fluida, no qual uma única empresa não precisaria possuir ou controlar todos os recursos para conduzir uma oportunidade de inovação (water-fall) “da ideia ao lançamento” mas, em vez disso, a inovação tecnológica deve vir do esforço de diversos parceiros [de forma mais iterativa nos processos e interativa nas relações] – como por exemplo, universidades, startups, clientes, outras empresas – que compartilham recursos, riscos e recompensas ao longo da jornada.

Inovação Aberta, por Henry Chesbrough, 2004

Embora as abordagens de inovação aberta tenham ecoado fortemente em ambientes acadêmicos e gerenciais nas últimas duas décadas, complexidades associadas a contratos, divulgação de informações, cultura, orientação estratégica, processos internos, entre outros, foram reconhecidas como barreiras relevantes para as empresas mudarem para modelos de inovação aberta.

Além disso, as iniciativas de inovação aberta têm sido frequentemente restritas a grandes empresas que buscam lançar novos produtos, e os desafios incluem o design de processos organizacionais para abordar as incertezas associadas à inovação aberta, como a definição de objetivos, parceiros, funções e nível de interação.

Outro ponto de destaque é que as empresas ainda estão mais dispostas a receber conhecimento de graça do que a disponibilizar seu conhecimento de graça.

A economia da informação pode ter como característica novas formas organizacionais, ideia que tem implicações tanto para as estruturas internas das empresas estabelecidas quanto para as formas interorganizacionais de inovação.

Com isso, devem surgir redes mais horizontais entre empresas e outros agentes e sistemas de produção mais flexíveis e especializados.

Concordamos que a nova economia é uma economia em rede. E que ecossistema de inovação pode ser definido como um ambiente para a cocriação de valor, composto de atores interconectados, mas interdependentes – como por exemplo, a empresa focal, clientes, fornecedores, startups e outros – que enfrentam cooperação.

Uma visão de um ecossistema de inovação (aberta e em rede)

Esta noção representa uma mudança da gestão das incertezas da inovação no nível da empresa para as incertezas coletivas dos ecossistemas de parceiros independentes.

Tais ecossistemas de inovação representam uma nova era para a gestão da inovação, no sentido de que as redes tendem a ser altamente dependentes de elementos como relacionamentos, interesses mútuos ou reputação, e menos dependentes de uma estrutura formal de autoridade.

Isso tornaria as relações em rede amplamente caracterizadas por indefinição, longo prazo e complexidade.

Tal mudança implicaria na mudança de modos bilaterais para multi-atores e de transacionais para colaborativos, o que exige que a próxima onda de inovações de gestão se concentre em redes em vez de linhas de comando.

Nesta nova era, os gerentes individuais são responsáveis ​​por criar comunidades para aqueles que trabalham com eles, o que exigirá repensar funções, estruturas organizacionais e a noção de desempenho.

Referência:

Este texto foi traduzido, resumido e levemente adaptado do original de uma chamada para artigos acadêmicos com o título: “Gestão da inovação em empresas estabelecidas e novos empreendimentos na era dos ecossistemas de inovação” (Innovation management in incumbent companies and new ventures in the age of innovation ecosystems), da revista “Product: Management & Development” no portal Research Gate. Tendo como Editores Convidados: Josue Reynoso, Michigan Technological University, United States; Raoni Barros Bagno, Universidade Federal de Minas Gerais, Brazil; e Wannapa Naburana, Suranaree University of Technology, Thailand.

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