SMART CITY: Por uma Cidade mais Inteligente

Acredito que toda cidade de alguma forma já é inteligente, pois é composta de governantes, servidores e cidadãos inteligentes, possui infraestrutura, universidades e escolas, empresas e associações com gestores inteligentes.

Porém nesse artigo, abordarei o conceito de Cidade Inteligente (Smart City) com o objetivo de apoiar a transformação digital e urbana necessária para tornar qualquer cidade ainda mais inteligente para todos os interessados.

Em maio de 2021, ministrei uma palestra no HITT com a apresentação do Relatório: “Roadmap de Planejamento Tecnológico para a Cidade Inteligente de Taubaté-SP“.

Meu principal objetivo com esse relatório, de aproximadamente 100 páginas, resultado de pesquisa profunda e customizado para a cidade, foi de alinhar o conceito de Cidades Inteligentes e possibilidades junto a todos os interessados da cidade e do município: governantes, acadêmicos, empresários, participantes de associações, representantes de bairros, …

A principal vantagem que o relatório pode trazer é o engajamento e a participação de todos na construção de uma cidade ainda mais inteligente, humana e sustentável do que é. Isso em termos econômicos, sociais, educacionais, considerando infraestrutura, segurança, ambiente e outros elementos em que a tecnologia digital possa ajudar. Trata-se de uma excelente ferramenta para melhor entendimento e negociação com os fornecedores de soluções tecnológicas e todos os envolvidos do município.

Elementos do planejamento tecnológico para uma cidade mais inteligente

Cidades mais inteligentes favorecem o desenvolvimento integrado e sustentável tornando-se mais inovadoras, competitivas, atrativas e resilientes, melhorando vidas.

Salientando aqui que o conceito de Cidades Inteligentes evoluiu nos seguintes estágios:

  • No primeiro temos as cidades inteligentes 1.0, municípios onde as tomadas de decisão são direcionadas pela tecnologia;
  • No segundo, estão as 2.0, nas quais são as demandas dos cidadãos e os governos que direcionam a tecnologia na busca por soluções urbanas;
  • No terceiro e mais recente, estão as 3.0, pautadas em um viés mais inclusivo de transformação digital urbana, com maior foco no cidadão.
Principais características de uma Cidade inteligente

Transformação Digital e Desenvolvimento Econômico Sustentável

Em 2015 a Assembleia Geral da Nações Unidas (ONU) aprovou a Agenda 2030, que é estruturada em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entre eles, está o Objetivo 11 – “Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”.

Na era digital, o direito a cidades sustentáveis está condicionado ao direito de acesso à internet, porém, muitos fatores prejudicam o pleno direito à conectividade digital, como a distribuição da infraestrutura para inclusão digital, custos, diferentes capacidades de acesso e interação com dispositivos digitais e diferentes capacidades que impactam cada vez mais as desigualdades socioeconômicas e espaciais.

Para a Agenda Brasileira para Cidades Inteligentes, o conceito brasileiro de “Cidades Inteligentes” pode ser complementado pelos conceitos auxiliares de “Transformação Digital Sustentável” e “Desenvolvimento Urbano Sustentável”, descritos como segue:

Cidades Inteligentes são cidades comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural, que atuam de forma planejada, inovadora, inclusiva e em rede, promovem o letramento digital, a governança e a gestão colaborativas e utilizam tecnologias para solucionar problemas concretos, criar oportunidades, oferecer serviços com eficiência, reduzir desigualdades, aumentar a resiliência e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, garantindo o uso seguro e responsável de dados e das tecnologias da informação e comunicação.”

Transformação Digital Sustentável é o processo de adoção responsável de tecnologias da informação e comunicação, baseado na ética digital e orientado para o bem comum, compreendendo a segurança cibernética e a transparência na utilização de dados, informações, algoritmos e dispositivos, a disponibilização de dados e códigos abertos, acessíveis a todas as pessoas, a proteção geral de dados pessoais, o letramento e a inclusão digitais, de forma adequada e respeitosa em relação às características socioculturais, econômicas, urbanas, ambientais e político-institucionais específicas de cada território, à conservação dos recursos naturais e das condições de saúde das pessoas.”

Desenvolvimento Urbano Sustentável é o processo de ocupação urbana orientada para o bem comum e para a redução de desigualdades, que equilibra as necessidades sociais, dinamiza a cultura, valoriza e fortalece identidades, utiliza de forma responsável os recursos naturais, tecnológicos, urbanos e financeiros, e promove o desenvolvimento econômico local, impulsionando a criação de oportunidades na diversidade e a inclusão social, produtiva e espacial de todas as pessoas, da presente e das futuras gerações, por meio da distribuição equitativa de infraestrutura, espaços públicos, bens e serviços urbanos e do adequado ordenamento do uso e da ocupação do solo em diferentes contextos e escalas territoriais, com respeito a pactos sociopolíticos estabelecidos em arenas democráticas de governança colaborativa.”

Essas ações de transformação digital e desenvolvimento urbano devem ser realizadas de forma adequada e com respeito às características socioculturais, econômicas, urbanas, ambientais e político-institucionais específicas de cada território. E devem conservar os recursos naturais além de preservar as condições de saúde das pessoas.

A Transformação Digital é um fenômeno histórico de mudança cultural provocada pelo uso disseminado das tecnologias de informação e comunicação (TICs) nas práticas sociais, ambientais, políticas e econômicas. Esta transformação provoca uma grande mudança cultural, inédita, rápida e difícil de entender na sua totalidade. Afeta mentalidades e comportamentos nas organizações, governos, empresas e na sociedade de forma geral.

Tecnologias da Informação e Comunicação é o conjunto de ferramentas e recursos tecnológicos (hardware, software, rede) que permite às pessoas acessar, armazenar, transmitir e manipular informações.” – (Baseado no conceito da Unesco).

A transformação digital pode gerar impactos positivos ou desafios, dependendo do contexto. A realidade de cada lugar também influencia no potencial de uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). É preciso, portanto, considerar a ampla diversidade e as profundas desigualdades históricas que marcam nosso território ao agir e refletir sobre a transformação digital.

Níveis de maturidade de uma cidade inteligente, adaptado de Cunha (2016).

Finalizando

Para existirem cidades mais inteligentes, humanas e sustentáveis, contamos com o apoio de governantes, servidores e cidadãos inteligentes.

O relatório final é bastante rico em conteúdo, pois além de apresentar características, princípios balizadores, diretrizes norteadoras e informações relevantes obtidas a partir de estudos sobre cidades reais e cidades ideais em termos de maturidade para uma cidade mais inteligente, fornece informações sobre tecnologias usadas, uma análise sobre o posicionamento atual da cidade, um caminho geral para tornar a cidade mais inteligente, e, principalmente, um roteiro de planejamento tecnológico para a transformação da cidade.

Para mais informações sobre um relatório customizado para sua cidade – entre em contato

Sobre mim

Nei Grando – diretor executivo da STRATEGIUS, atua como pesquisador e curador de conteúdo, consultor, professor e palestrante sobre estratégia e novos modelos de negócios, inovação, organizações exponenciais, transformação digital e agilidade organizacional e cidades inteligentes. Teve duas empresas de TI especializada no desenvolvimento de software e soluções de conectividade, onde atuou como gestor e conduziu projetos, sistemas, plataformas de negócios, portais e serviços para o Mercado de Capitais, CRM, GED, Internet-banking, Publicidade Digital, GC, e outros sob demanda. É mestre em Ciências pela FEA-USP (ênfase em inovação) com MBA pela FGV, organizador e autor do livro “Empreendedorismo Inovador: Como criar Startups de Tecnologia no Brasil”, e autor em outros dois. 

Detalhes: aqui, Contato: aqui.

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