Este é um artigo sobre negócios e tecnologia da informação que escrevi no final do ano passado e está voltado para gestores de TI e de Negócios de empresas de pequeno e médio porte.
Na última empresa que atuei como empresário e gestor na área de tecnologia da informação, tive a oportunidade de desenvolver, com minhas equipes, produtos de software que podiam ser hospedados em datacenter e acessados remotamente via web como ferramentas GED, CRM e de Gerenciamentos de Campanhas de marketing digital. Fomos uma das primeiras empresas brasileiras de TI a desenvolver este tipo de solução porque acreditávamos neste modelo de fornecimento de software como serviço, no início tais soluções eram chamadas de ASP (Application Services Provider), o conceito foi ampliado e atualmente chamam de Computação nas Núvens (cloud computing) . Procuro descrever as vantagens do SaaS resumidamente a seguir:
O uso de softwares como serviço (SaaS, do inglês Software-as-a-Service) – sistema semelhante a um aluguel para uso do software sem necessidade de compra da licença – deve movimentar em 2009 cerca de US$ 9,6 milhões na economia global, segundo estudo do Gartner, líder mundial em pesquisa sobre tecnologia. Esse valor representa um crescimento de 21,9% em relação ao total movimentado em 2008. Entre as principais razões desse salto estão a redução de custos, ganhos de velocidade e vantagem competitiva que a alternativa tecnológica permite às organizações.
Esse modelo de disponibilização de softwares, quase sempre de aplicações web online, revela-se atraente para pequenas e médias empresas, especialmente por unir os serviços tradicionais de software e serviços de venda sob demanda pela internet.
O pacote de SaaS inclui a possibilidade de contratação de uma infraestrutura terceirizada de servidores, reduzindo os gastos das empresas com sistemas próprios, principalmente no que se refere à manutenção. Ou seja, a redução de custos impacta não apenas a aquisição e disponibilização de servidores, sistemas operacionais e gerenciadores de bancos de dados, mas também a contratação de pessoal especializado para a operação, espaço físico com ambiente seguro, de alta disponibilidade e instalações adequadas.
É razoável supor que a parte que cabe ao software na contratação do conjunto de serviços represente o valor mensal de cerca de 2 a 3% do investimento necessário para a aquisição do software.
Além da infraestrutura servidora de hardware e software ficar hospedada no datacenter do provedor de serviços e disponível para acesso pela internet, a manutenção do sistema e os upgrades são realizados sem impactos para os usuários. Serviços adicionais de operação, backup e segurança estão incluídos no pacote de aluguel.
É importante que a empresa contratante identifique as suas reais necessidades e defina os requisitos e as funcionalidades de softwares e dos serviços, podendo assim justificar sua escolha pelo SaaS. A tabela abaixo apresenta algumas das motivações corretas e outras erradas na escolha desta modalidade:
Razões Corretas | Razões Erradas |
Reduzir o TCO (total cost of ownership) ou Custo Total de Propriedade. | Pagar mais barato pelo software. |
Manter o foco no principal negócio da empresa. | Ficar livre do problema. |
Terceirizar a solução dos problemas para uma equipe especializada. | Terceirizar a “identificação” dos problemas para o provedor do serviço. |
Ter uma equipe de especialistas em cada tipo de aplicativo. | Delegar ao provedor do serviço a identificação de suas necessidades. |
Nas principais aplicações de gestão corporativa (ERP, CRM e GED), essa modalidade pode representar uma redução de até 30% no custo total de propriedade do software, que engloba a aquisição convencional de hardware e licenças; manutenção dessa infraestrutura e evolução do sistema, de acordo com estudo da consultoria McKinsey & Company.
Apesar dos benefícios serem mais valorizados pelas empresas de menor porte, grandes corporações vêem nessa modalidade a vantagem de terceirizar alguns serviços que não são fundamentais para a manutenção de sua competitividade. Esse é o caso principalmente de aplicações de GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos). Esse tipo de solução tem como principais atributos o armazenamento e a recuperação rápida de documentos eletrônicos. Junto com o software, também pode ser contratado o serviço de digitalização de documentos (notas fiscais, contratos e documentos cadastrais, por exemplo), a manutenção dos arquivos físicos e a guarda externa.
Mesmo com a cultura verticalizada ainda dominante nas pequenas e médias empresas brasileiras, o País dá seus primeiros passos nesse mercado. Na medida em que os gestores conhecerem melhor as inúmeras vantagens da mudança e entenderem que não há riscos adicionais no fato de ter o sistema e seus dados armazenados fora da empresa, seguramente esse modelo de terceirização de recursos de TI vai se tornar cada vez mais popular também por aqui.
Afinal, como o SaaS surge como alternativa para a aquisição de soluções sob demanda com investimento diluído, faz todo o sentido que os empreendedores brasileiros também se aproveitem de suas vantagens para diminuir seus custos.
Observação: Este texto foi baseado no artigo que escrevi e que escrevi em julho de 2009, com apoio da SP4 Comunicação Corporativa. Foi publicado no Portal Document Management (10 de agosto), e no B2B (31 de julho).
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Alguns links relacionados com o assunto:
http://www.tiinside.com.br/16/06/2010/empresas-precisam-avaliar-adocao-de-saas-diz-gartner/ti/186035/news.aspx – Empresas precisam avaliar adoção de SaaS, diz Gartner
http://blogs.msdn.com/b/wcamb/archive/2008/03/09/saas-software-as-a-service-uma-vis-o-sobre-o-software-como-servi-o.aspx – SaaS – Software as a Service – Uma visão sobre o software como serviço.
Legal seu post. Concordo com tudo e assino embaixo.
Só ficou faltando falar da importância do “multitenancy” para que uma aplicação seja verdadeiramente SaaS.
http://suaempresadigital.wordpress.com/2010/08/14/o-que-e-cloud-computing-o-que-e-saas/
Abraço.